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Homenagens – Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2017

HOMENAGEADOS ACADEMIA BRASILEIRA DE CINEMA

Pitanga 2 (2)

Antônio Pitanga

Um dos atores mais requisitados e queridos da história do cinema brasileiro, Antônio Luiz
Sampaio nasceu em Salvador, na Bahia, em 1939. Graças ao personagem Pitanga, de seu
primeiro longa-metragem (Bahia de todos os santos, de Trigueirinho Neto, 1960), adotou
o nome artístico Antônio Pitanga.
Depois de participar da produção estrangeira A estrada do amor (1960), de Wolfgang
Schleif, filmou pela primeira vez com Glauber Rocha em Barravento (1961). A partir daí,
tornou-se um dosrostos mais constantes do Cinema Novo. Com Glauber Rocha
fez Câncer (1972), Terra em transe (1967) e A idade da Terra (1979). Com Carlos
Diegues,Ganga Zumba (1965), Quando o carnaval chegar (1972), Joana Francesa (1973)
e Quilombo (1984).
Em mais de 40 anos de carreira, dirigiu um filme (Na boca da noite, 1978) e atuou em mais
de trinta, entre eles O pagador de promessas (1962), de Anselmo Duarte, único filme
brasileiro premiado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes;Compasso de
espera (1973), de Antunes Filho; Jardim de guerra (1968), de Neville D´Almeida; A mulher
de todos (1969), de Rogério Sganzerla, e Ladrões de cinema (1977), de Fernando Coni
Campos.
Em 1916, Antônio Pitanga foi homenageado com um documentário realizadopor sua filha,
Camila Pitanga, em parceria com o cineasta Beto Brant. O filme promove o encontro do
ator com parceiros e amigos que cruzaram sua vida,como Maria Bethânia, Caetano
Veloso, Zezé Motta, Milton Gonçalves e vários outros. Em cada encontro,a câmera registra
conversas marcadas pelo carinho e a espontaneidade. “Eu sou Jesus Cristo, eu sou Alá, eu
sou Ogum, eu sou Davi. Eu clamo por todos eles num corpo só. Eu sou um cavalo”, define-
se Antônio Pitanga, na conversa com o cineasta Joel Zito Araújo.

Helena-Ignez_artista

Helena Ignez

A atriz e cineasta Helena Ignez nasceu em Salvador, na Bahia, em 1942. Seu primeiro
filmecomo atriz foi também o curta-metragem de estreia de Glauber Rocha, Pátio (1959).
Atuou também em A grande feira, de Roberto Santos (1961), Assalto ao trem pagador, de
Roberto Farias (1962), e O padre e a moça, de Joaquim Pedro de Andrade (1966) – pelo
qual ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Brasília.
Em 1967,trabalhou com Júlio Bressane em Cara e cara e, no ano seguinte, com Rogério
Sganzerlaem O bandido da luz vermelha– dois filmes que provocaram um terremoto no
status quo e deram início a uma importante parceria criativa. Ao lado de Bressane e
Sganzerla, Helena Ignez foi uma das fundadoras da produtora Bel Air, que resultou em um
dos mais interessantes jorros produtivos e criativos da história do cinema brasileiro. Entre
1969 e 1970, a Bel Air realizou nada menos que seis longas-metragens de baixíssimo
orçamento, todos com a atriz no elenco. São desse períodoA mulher de todos, Sem essa
aranha e Copacabana monamour, de Rogério Sganzerla, e Cuidado, madame, Barão Olavo
– O horrível e A família do barulho, de Júlio Bressane. Em 1970, casou-se com Rogério
Sganzerla, numa parceria de vida e criativa que durou até a morte do cineasta, em 2004.
Atualmente, além de se dedicar à preservação e à difusão da obra de Sganzerla ao lado
das filhas Djin e Sinai, Helena Ignez também é realizadora, tendo dirigidodois curtas-
metragens e cinco longas.Canção de Baal (2009) participou da competição do Festival de
Gramado, e Luz nas trevas – A volta do bandido da luz vermelha, que codirigiu com Ícaro
Martins a partir de um roteiro deixado por Sganzerla, foi selecionado para o prestigiado
Festival de Locarno, onde recebeu o prêmio da crítica suíça. Suas obras mais recentes são
Ralé (2016) e o ainda inédito A moça do calendário (2017).

RIOFILME – 25 ANOS

“Reposicionar a RioFilme na distribuição é, hoje, nosso principal
objetivo no ano em que completamos 25 anos. Graças a este DNA,
forjado no vazio deixado pela extinção da Embrafilme em 1990,
conseguimos apoiar, direta ou indiretamente, nada menos do que
320 obras brasileiras. Uma respeitável carteira que vai desde o
pioneiro ‘Conterrâneos Velhos de Guerra’ até os consagrados
‘Central do Brasil’ e ‘Tropa de Elite 2’, passando pelo curtametragem
‘Tailor, o Filme’, de Calí dos Anjos, cineasta de 25 anos
que acaba receber o Kikito de melhor diretor na categoria. Nos
orgulhamos de nosso passado, estamos firmes no presente e
mantemos os olhos no futuro.
Dentro desta lógica estamos em processo de negociação com 22
títulos, a serem lançados nos próximos meses, sendo o primeiro
‘Encantados’, de Tizuka Yamasaki. O fortalecimento da Rio Film
Commission, que desenvolve novo sistema de concessão de alvarás
para filmagens na cidade, além de promover um cadastramento de
profissionais e empresas do setor, é outro ponto a destacar.
Mas não são apenas filmes que apoiamos. Em nossa trajetória
temos espaço também para eventos como o Grande Prêmio do
Cinema Brasileiro, uma das maiores referências da produção
cinematográfica nacional. Evento da Academia Brasileira de Cinema
que está em 16ª edição e contribui para promover, incentivar
e divulgar nosso cinema, ele mantém os holofotes sobre nossa
Cidade sempre Maravilhosa. Por isso é uma grande honra estarm os
juntos nesta caminhada.
É importante a convergência de todos para um mesmo objetivo:
fortalecer o Rio de Janeiro como o principal polo cinematográfico
do Brasil. Para isso, focamos no que une, atuando de forma
transparente e estabelecendo diálogo permanente, sem
discriminação, com todos os segmentos do setor. Afinal, é aqui que
o cinema brasileiro acontece.”

Marco Aurélio Marcondes
Diretor-presidente da RioFilme – Distribuidora de Filmes S.A

Kinoplex_sala_2

KINOPLEX – 100 ANOS

O Grupo Severiano Ribeiro festeja seu aniversário de 100 anos em 2017. Tudo começou
em julho de 1917, quando Luiz Severiano Ribeiro inaugurou, em Fortaleza, o CineTheatro
Majestic Palace. Desde então, três gerações da família atravessaram momentos
marcantes como a transição para o cinema sonoro, a crise dos cinemas de rua, a chegada
da concorrência estrangeira,a consolidação do modelo multiplex e, finalmente, a
digitalização das salas – mantendo-se, ao longo desses cem anos, como o maior e mais
tradicional grupo exibidor nacional do país.
“A família foi muito habilidosa em se manter unida nesse processo todo”, disse o atual
presidente do grupo, Luiz Severiano Ribeiro Neto, em entrevista à revista Filme B. “É
importante termos chegado a essa data totalmente profissionalizados e antenados com as
novas tecnologias, com o que está acontecendo no mundo”.Atualmente, os cinemas do
grupo atendem pela marca Kinoplex.São cerca de 200 salas espalhadas pelo país.
Pouco depois de iniciar seus negócios no Nordeste, os cinemas Severiano Ribeiro se
instalaram no Rio de Janeiro, que se tornou uma das principais praças do grupo. Entre os
anos 1920 e 1950, era de ouro das chamadas “salas de rua”, foram construídosdezenas
dos majestosos cine-palácios como o Odeon (ainda hoje em atividade, na Cinelândia,
como Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro), o cine Palácio (que foi vendido pelo grupo e
transformado em Teatro Riachuelo, no Passeio), e o São Luiz, inspirado no Radio City
Music Hall(derrubado na época da construção do metrô, hoje ocupando a galeria
comercial do prédio erguido no mesmo local).
Ao longo de sua história, o Grupo Severiano Ribeiro sempre se transformou e se adaptou
às demandas dos novos tempos. O movimento mais recente começou em 2014, quando
iniciou um movimento em direção a regiões carentes de cinemas como Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense, no Rio. Em 2010,a rede lançou os conceitos Platinum, para salas de
luxo, e KinoEvolution, para as salas com tela gigante. “Enquanto os cinemas estiverem
melhores em imagem, som e conforto do que o público tem em casa, vamos sobreviver”,
diz Luiz Severiano Ribeiro.