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MENINO DE ENGENHO – 50 ANOS

Como tantos outros clássicos do cinema brasileiro, Menino de Engenho estava ameaçado de perda. Em 2001, ao ser informado do estado crítico da cópia do filme por Carlos Alberto Mattos, biógrafo do diretor, o Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB) conseguiu restaurá-lo em projeto incentivado pelo Ministério da Cultura, patrocinado pela Petrobras BR e apoiado pela Labocine e Rob Filmes. O trabalho de restauro foi realizado na Labocine por equipe coordenada por Francisco Sérgio Moreira.

Assim, numa celebração da data, a edição 2015 do Festival, em articulação com o CPCB, incluiu em sua grade uma sessão especial do filme, acompanhada de uma homenagem para o diretor nascido em Niterói e que tinha 26 anos quando realizou Menino de Engenho.

SINOPSE

Adaptação do romance homônimo de José Lins do Rego, incluindo elementos de outras obras do escritor dentro do chamado ciclo da cana-de-açúcar. A história se passa em 1920 na Paraíba. Após a morte da mãe, o menino Carlinhos é enviado para o engenho Santa Rosa para ser criado pelo avô e pelos tios. Lá, ele testemunha a chegada de um novo tempo, com o advento das modernas usinas de açúcar e as transformações econômicas e sociais por que passa a produção canavieira, mudanças que irão afetar a vida de todos. Quando ele cresce e vai para o colégio, já não é mais o garoto ingênuo e inocente que chegou ao engenho.

 

FICHA TÉCNICA

Direção: Walter Lima Jr.
Assistentes de direção: Paulo Melo e Júlio Bressane
Roteiro: adaptação de Walter Lima Jr, do livro de José Lins do Rego.
Produção: Walter Lima Jr. e Glauber Rocha/MAPA
Fotografia: Reynaldo Barros
Montagem: João Ramiro Mello
Música: Excertos de Villa-Lobos e Alberto Nepomuceno
Elenco: Sávio Rolim, Geraldo Del Rey, Rodolfo Arena, Anecy Rocha, Margarida Cardoso, Maria Lucia Dahl, Antonio Pitanga, Maria de Fátima

Produzido em 1965
P&B
110 minutos

Restaurado em 2003

Realização: Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro – CPCB

Incentivo: Ministério da Cultura – Lei Rouanet

Patrocínio: Petrobras BR

Apoio: Labocine e Rob Filmes

Restaurador: Francisco Sérgio Moreira e equipe da LaboCine

 

Menino de Engenho 2

 

Walter Lima Jr.

Nasceu em Niterói, RJ, em 1938. Crítico de cinema no Diário do Povo, em Niterói, trabalhou e cursou cinema na Cinemateca do MAM. Foi Assistente de direção de Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha. Como documentarista dirigiu curtas para o Globo Repórter no período de 1973-78. Estreou na direção com Menino de Engenho em 1965 – quando ganhou o Prêmio IV Centenário do Rio de Janeiro para melhor filme e Menção Honrosa no I Festival de Brasília. Walter Lima tem uma obra singular no Cinema Brasileiro da qual se destacam ainda Brasil Ano 2000 (68), A Lira do Delírio (73-77), Inocência (82) e A Ostra e o Vento (98).

O PROCESSO DE RESTAURAÇÃO

O filme foi restaurado numa iniciativa do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB) incentivo do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet, patrocínio da Petrobras BR e apoio da Labocine e Rob Filmes. O trabalho de restauro foi realizado na Labocine por equipe coordenada por Francisco Sérgio Moreira.

A restauração teve a duração de 26 meses – de junho/2001 a julho/2003 – e sessões de acompanhamento mensais no início e quinzenais a partir dos seis últimos meses das quais participaram:

Walter Lima Júnior – Diretor de Menino de Engenho

Carlos Augusto Brandão – Coordenador do projeto

Myrna Silveira Brandão – Presidente do CPCB

 

Participaram também em sessões específicas:

Walter Carvalho, Fotógrafo e Cineasta, na fase de marcação de luz.

Ana Carolina, Coordenadora do Projeto na Petrobras BR, nas fases de avaliação e aprovação

Carlos Alberto Mattos, escritor, crítico, pesquisador e biógrafo de Walter Lima Júnior

 

Informações Técnicas sobre o processo

O filme foi restaurado a partir das matrizes originais de imagem e som, bem como de cópias de preservação em 35mm e 16mm.

Mesmo em avançado estágio de deterioração, as matrizes originais foram utilizadas em sua maior parte, preservando-se assim a qualidade fotográfica do original. Em alguns trechos, em que o processo de destruição da imagem tornou impossível a utilização daqueles originais, as cópias serviram para complementar o processo.

Todos esses elementos foram submetidos a sucessivas lavagens e recopiados fotograma por fotograma, gerando uma nova matriz de imagem.

O original de som, após ser copiado para matriz digital, foi submetido a minuciosa filtragem, equalização e remixagem, o que possibilitou a confecção de nova matriz sonora livre das imperfeições causadas pela má conservação da mesma.