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Academia Brasileira de Cinema

Ator, diretor e roteirista Anselmo Duarte estreou no cinema como molhador de tela, aos 10 anos de idade. No tempo do cinema mudo, o projetor que ficava atrás da tela esquentava muito e era preciso jogar água a cada dois rolos de filme para evitar incêndios. Na infância, queria ser projecionista como o irmão e essa experiência foi usada em um de seus filmes, “O Crime do Zé Bigorna”, ambientado em 1928. Na trama, enquanto Charles Chaplin agitava a tela, Lima Duarte e Stênio Garcia a molhavam.

Seu primeiro trabalho como ator foi no filme inacabado de Orson Welles “It’s all true” (1942). Duarte foi o maior galã do cinema brasileiro nos anos 1940 e 50, estrelando obras na Cinédia, na Atlântida e na Vera Cruz. Seu primeiro trabalho como diretor, “Absolutamente Certo” (1957), uma comédia como aquelas que lhe deram fama como ator.

Em 1962, lançou “O Pagador de Promessas”, único filme brasileiro a receber o maior prêmio mundial do cinema, a Palma de Ouro no Festival de Cannes. O jovem diretor venceu concorrentes de peso, como Luis Buñuel (“O anjo exterminador”), Michelangelo Antonioni (“O eclipse”) e Robert Bresson (“O julgamento de Joana d’Arc”). “O Pagador de Promessas” também concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Melhor Longa-Metragem de Ficção

É Proibido Fumar, de Anna Muylaert

Longa-Metragem de Documentário

Simonal – Ninguém Sabe o Duro que dei, de Calvito Leal, Claudio Manoel E Micael Langer

Melhor Diretor

Anna Muylaert, por É Proibido Fumar

Melhor Atriz

Lília Cabral, por Divã

Melhor Ator

Tony Ramos, por Se Eu Fosse Você 2

Atriz Coadjuvante

Denise Weinberg, por Salve Geral

Ator Coadjuvante

Chico Diaz, por O Contador de Histórias

Roteiro Adaptado

Bosco Brasil, por Tempos de Paz

Roteiro Original

Anna Muylaert, por É Proibido Fumar

Direção de Fotografia

Ricardo Della Rosa, por À Deriva

Direção de Arte

Claudio Amaral Peixoto, por Besouro

Figurino

Marília Carneiro, por Tempos de Paz

Maquiagem

Martín Macias Trujillo

Efeitos Visuais

Marcelo Siqueira, por Besouro

Montagem de Ficção

Paulo Sacramento, por É Proibido Fumar

Montagem de Documentário

Karen Akerman, por Simonal – Ninguém Sabe O Duro Que dei

Som

Denilson Campos E Paulo Ricardo Nunes, por Simonal – Ninguém Sabe O Duro Que dei

Trilha Sonora

Márcio Nigro, por É Proibido Fumar

Trilha Sonora Original

Berna Ceppas, por Simonal – Ninguém Sabe O Duro Que dei

Longa-Metragem Nacional de Animação

O Grilo Feliz E Os Insetos Gigantes, de Walbercy Ribas E Rafael Ribas

Longa-Metragem Infantil

O Grilo Feliz E Os Insetos Gigantes, de Walbercy Ribas E Rafael Ribas

Longa-Metragem Estrangeiro

Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino

Longa-Metragem de Ficção Nacional (Voto Popular)

Se Eu Fosse Você 2, de Daniel Filho

Longa-Metragem de Ficção Estrangeiro (Voto Popular)

Avatar, de James Cameron

Curta-Metragem de Animação 

O Menino Que Plantava Invernos, Victor Hugo Borges E Juro Que Vi O Saci, Humberto Avelar

Curta-Metragem de Ficção

Superbarroco, Renata Pinheiro

Curta-Metragem de Documentário

De Volta Ao Quarto 666, Gustavo Spolidoro

Prêmio Especial de Preservação

Alice Gonzaga (escritora, pesquisadora, produtora, diretora e empresária do ramo cinematográfico)

Prêmio Especial

Anselmo Duarte (1920-2009)

 

Nelson Pereira dos Santos é considerado um dos mais importantes cineastas do país. Foi um dos precursores do movimento do Cinema Novo com o filme Rio 40 Graus (1955), proibido pela censura ditatorial da época. O filme abordava o engajamento social, tema inédito para os filmes da época que em sua maioria eram chanchadas, retratando a vida nas favelas do Rio de Janeiro. Outra obra-prima foi Vidas Secas (1963), baseado na obra de Graciliano Ramos, um dos filmes brasileiros mais premiados em todos os tempos e reconhecido internacionalmente.

Em 2006, Nelson Pereira dos Santos foi eleito pela Academia Brasileira de letras. É o primeiro cineasta brasileiro a se tornar imortal. Ele ocupa a cadeira número 7, cujo patrono é Castro Alves

Filmografia – Diretor

2006 – Brasilia 18%

2004 – Raízes do Brasil (documentário)

2001 – Meu cumpadre Zé Keti (curta-metragem)

2000 – Casa Grande Senzala (série documental para TV)

1998 – Guerra e Liberdade – Castro Alves em São Paulo

1995 – Cinema de lágrimas

1994 – A Terceira margem do Rio

1987 – Jubiabá

1986 – La drôle de guerre (curta-metragem)

1984 – Memórias do Cárcere

1982 – Missa do galo (curta-metragem)

1981 – Um ladrão, um episódio de Insônia (curta-metragem)

1980 – Insônia

1980 – Na estrada da vida com o Milionário & José Rico

1978 – Nosso mundo (“Repórtores de TV) – curta metragem

1977 – Tenda dos Milagres

1974 – O amuleto de Ogun

1973 – Cidade laboratório de Humboldt 73 (curta-metragem)

1972 – Quem é Beta?

1971 – Como era gostoso o meu francês

1970 – Azyllo Muito louco

1970 – Alfabetização (curta-metragem)

1968 – Fome de Amor

1967 – El Justiceiro

1966 – Fala Brasília (curta-metragem)

1966 – Um moço de 74 anos (curta-metragem)

1965 – O Rio de Machado de Assis (curta-metragem)

1963 – Vidas Secas

1962 – Boca de Oura

1961 – Mandacaru Vermelho

1958 – Soldados do fogo (curta-metragem)

1957 – Rio, Zona Norte

1955 – Rio, 40 graus

1949 – Juventude (curta-metragem)

 

Prêmios

– Raízes do Brasil, sobre o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, é o vencedor do prêmio “Margarida de Prata”, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na categoria de melhor documentário

– Prêmio FIPRESCI no Festival de Cannes – “Memórias do Cárcere” (1984)

Prêmio OCIC no Festival de Cannes – “Vidas Secas” (1963)

-Grande Prêmio do Cinema Brasil de Melhor curta-metragem – “ Meu Compadre, Zé Ketti” – 2002

Prêmio de Melhor Filme no Festival de Havana – Memórias do Cárcere (1984)

Kikito de Ouro de Melhor Filme no Festival de Gramado – O amuleto de Ogun (1974)

Troféu Oscarito no Festival no Festival de Gramado, em 1998

Troféu Candango de Melhor Filme no Festival de Brasília – Tenda dos Milagres (1977)

Troféu Candango de Melhor Diretor no Festival de Brasília – Tenda dos Milagres (1977)

Margarida de Prata – “A terceira Margem do Rio” (1994)

Margarida de Prata – Raízes do Brasil (2004)

 

Imagens conservadas para as próximas gerações

Em Atividade desde junho de 2000, o Departamento de Restauração da Labocine tem em seu currículo a restauração da obra do cineasta Nelson Pereira dos Santos, que será o homenageado especial da Academia Brasileira de Cinema no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brsileiro 2009.

Vidas Secas

Azullo Muito louco

O Amuleto de Ogum

Fome de Amor

Mandacaru Vermelho

Tenda dos Milagres

Jubiabá

Cinema de Lágrimas

Como era gostoso meu Francês

Missa do Galo

Quem é Beta?

El Justiceiro

Insônia

Memórias do Cárcere

Boca de Ouro

Rio 40 Graus

Rio Zona Norte

Além desses títulos foram também restaurados:

Aviso aos navegantes (1950) de Watson Macedo

Tudo Azul (1951) de Moacyr Fenelon

Alô, alô Carnaval (1936) de Adhemar Gonzaga

Menino do Engenho (1965) de Walter Lima Junior

O País de São Saruê (1970) de Wladimir Carvalho

O departamento de Restauração de Matrizes possui equipamentos especialmente adaptados para a duplicação de materiais em estado avançado de degradação (deformados, encolhidos, desplastificados) nas bitolas 16 e 35mm, tanto em preto e branco como colorido.

A equipe técnica de restauração é coordenada por Francisco Sérgio Moreira, ex curador de preservação da Cinemateca do MAM (RJ), durante 20 anos, com curso de formação pelas instituições Staaliches Filmachiv der DDR (Berlin, antiga Alemanha Oriental), Service national des Archives Du Film (Bois d’Arcy, França) e UCLA Film and television Archives (Los Angeles, EEUU)

Melhor Longa-Metragem de Ficção

Estômago, de Marcos Jorge. Produção: Cláudia da Natividade por Zencrane Filmes, Fabrizio Donvito, Marco Cohen e Gabriele Muccino por Indiana Production Company.

Melhor Longa-Metragem de Documentário

O Mistério do samba, de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda. Produção: Leonardo Netto, Lula Buarque de Hollanda e Marisa Monte por Conspiração Filmes

Melhor Direção

Marcos Jorge, por Estômago

Melhor Atriz

Leandra Leal, por Nome Próprio

Melhor Ator

Selton Mello, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Atriz Coadjuvante

Julia Lemmertz, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Ator Coadjuvante

Babu Santana, por Estômago

Melhor Direção de Fotografia

Cesar Charlone, por Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Direção de Arte

Tulé Peake, por Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Figurino

André Simonettipor Chega de Saudade

Melhor Maquiagem

Micheline Trépanier, por Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Efeito Visual

André Waller, Renato Tilhe, Ricardo Gorodeticki e Tamis Lustre, por Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Roteiro Original

Cláudia Natividade, Fabrízio Donvito, Lusa Silvestre e Marcos Jorge, por Estômago

Melhor Roteiro Adaptado

Mariza Leão e Mauro Lima, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Montagem Ficção

Marcelo Moraes, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Montagem Documentário

Natara Ney, por O Mistério do Samba

Melhor Som

Armando Torres Junior, François Wolf e George Saldanha, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Trilha Sonora

Wagner Tiso, por Os Desafinados

Melhor Trilha Sonora Original

Fabio Mondego, Fael Mondego, Marco Tommaso e Mauro Lima, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Curta-Metragem Ficção

Café com Leite, dirigido por Daniel Ribeiro

Melhor Curta-Metragem Documentário

Dreznica, dirigido por Anna Azevedo

Melhor Curta Metragem Animação

Dossiê Rê Bordosa, dirigido por César Cabral

Melhor Longa-Metragem Estrangeiro

Vicky Cristina Barcelona, dirigido por Woody Allen. Distribuição: Imagem Filmes

Melhor Longa-Metragem Infantil

Pequenas Histórias

Melhor Longa-Metragem Animação – Menção Honrosa

Garoto Cósmico, de Alê Abreu. Produção: Lia Nunes

Melhor Longa-Metragem de Ficção – Voto Popular

Estômago, de Marcos Jorge. Produção: Cláudia da Natividade por Zencrane Filmes, Fabrizio Donvito, Marco Cohen e Gabriele Muccino por Indiana Production Company.

Melhor Longa-Metragem Estrangeiro – Voto Popular

Vicky Cristina Barcelona, dirigido por Woody Allen. Distribuição: Imagem Filmes

Melhor Filme para Celular

Bárbara

 

O QUE É?

Prêmio concedido pelo Conselho da Academia Brasileira de Cinema com o objetivo de dar visibilidade à urgência de protegermos as obras realizadas por aqueles que nos antecederam, a memória e a história cinematográfica brasileira.

POR QUE CONCEDER ESTE PRÊMIO?

Como é sabido, muitos organismos internacionais – o American Film Institute, por exemplo – têm colocado a preservação da memória fílmica como uma de suas principais preocupações, concedendo prêmios e estímulos que contribuem para a concretização do tema.
O  Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro(CPCB), em seus 30 anos de existência, vem premiando cineastas e produtores responsáveis por obras que melhor utilizem material de arquivo preservado.

É do conhecimento de todos, no entanto, que a situação do nosso acervo cinematográfico é crítica. Muitos filmes importantes já estão irremediavelmente perdidos, como Paz e Amor, nossa primeira sátira; Coisas Nossas, nosso primeiro musical; e Acabaram-se os Otários, nosso primeiro sonoro.
O mesmo ocorreu com clássicos como Favela dos Meus Amores, de Humberto Mauro; Barro Humano, de Ademar Gonzaga e com obras inteiras de muitos pioneiros do nosso cinema. Filmes de épocas mais recentes, como alguns do Cinema Novo e do período das chamadas chanchadas, também estão seriamente ameaçados de desaparecem prematuramente.

Somos todos testemunhas do que acontece com algumas dessas obras perdidas: elas se transformam em lenda ou passam a viver apenas no imaginário de cinéfilos e historiadores que tentam mantê-las parcialmente vivas através de fragmentos esparsos ou de algumas poucas seqüências.

E, de fotograma em fotograma, vamos perdendo, junto com eles, parte fundamental da nossa memória histórica e cultural. Acreditamos, realmente, que ações voltadas à preservação contribuem para uma maior conscientização sobre o problema e ajudam na busca de soluções para enfrentá-lo.

Um filho do Nordeste brasileiro, tímido, que até os 12 anos viveu na cidade de Sobral, no Ceará e, certo dia, partiu para a capital Fortaleza com a intenção de ser artista.

Artista? Como os habitantes de sua cidade natal e sua família encarariam tal escolha? Renato optou por estudar Direito para dar uma volta no preconceito que rondava a profissão que, realmente, almejava: ser artista de cinema.

Afinal, ele havia vistos os filmes preto e branco de Charles Chaplin e admirava Oscarito, que assistiu em película inúmeras vezes – até hoje, entre seus filmes preferidos figuram Carnaval no Fogo, de 1949; e Aviso aos Navegantes, de 1950, ambos dirigidos por Watson Macedo.

Mas driblando o destino, que poderia transformá-lo em um “advogado-palhaço”, Renato Aragão, aos 25 anos, inscreveu-se em um concurso da TV Ceará para trabalhar como realizador, função que reunia as tarefas de diretor, redator e produtor de programas. E foi aí que estreou, ao vivo, realizando o Vídeo Alegre.  Só que ainda era pouco. Renato Aragão decidiu estudar direção de programas no Rio de Janeiro, sendo contratado pela TV Tupi para trabalhar no humorístico

A E I O Urca. Um ano depois, ele estava na TV Excelsior, ao lado de Wanderley Cardoso, Ivon Curi e Ted Boy Marinho dando vida aos Adoráveis Trapalhões. A fórmula, nunca esquecida, renasceu, pouco mais de dez anos depois, em 1975, na volta à TV Tupi ao lado de Dedé Santana, Mussum e Zacarias. Mas ainda havia algo a realizar.

A televisão era apenas um dos caminhos em seu trajeto cuja meta sempre fora o cinema. Um cinema marcado pela experiência inaugural em Na Onda do iê iê iê, de 1966, dirigido por Aurélio Teixeira, com produção de Jarbas Barbosa. E em 1977, funda sua própria produtora – Renato Aragão Produções Artísticas – brindando, anualmente, o público com seu humor espontâneo.

Diante de uma carreira tão produtiva, Renato Aragão tem dificuldade em escolher o que fez de melhor, pois afirma que “filme é como filho”, mas destaca a preferência do público pela cena de Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão, de 1977, dirigido por J.B. Tanko,  na qual vai enterrar o cachorro Lupa e encontra o tesouro escondido. Hoje, ao público,

Renato Aragão apenas diz: muito obrigado. E, nós, que passamos todo o tempo de uma geração  a rir de Didi Mocó e sua enorme gravata, respondemos: de nada,  do fundo do coração e de nossas lembranças.

MELHOR LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO

O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS, de Cao Hamburger. Produção: Caio Gullane e Fabiano Gullane por Gullane Filmes e Cao Hamburger por Caos Produções

MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

SANTIAGO de João Moreira Salles. Produção: Roberto Bruno por VideoFilmes

MELHOR DIREÇÃO

JOSÉ PADILHA, por Tropa de Elite

MELHOR ATRIZ

HERMILA GUEDES como Hermila/Suely, por O Céu de Suely

MELHOR ATOR

WAGNER MOURA como Capitão Nascimento, por Tropa de Elite

MELHOR FIGURINO

KIKA LOPES, por Zuzu Angel

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

SILVIA LOURENÇO como viciada, por O Cheiro do Ralo

MELHOR ATOR COADJUVANTE

MILHEM CORTAZ como Capitão Fábio, por Tropa de Elite

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

LULA CARVALHO, por Tropa de Elite

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

CASSIO AMARANTE, por O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

CLAUDIO GALPERIN, CAO HAMBURGER, BRáULIO MANTOVANI E ANNA MUYLAERT, por O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias

MELHOR MAQUIAGEM

MARTIN MACIAS TRUJILLO, por Tropa de Elite

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

HEITOR DHALIA E MARÇAL AQUINO, por O Cheiro do Ralo. Adaptação do livro “O Cheiro do Ralo” de Lourenço Mutarelli

MELHOR MONTAGEM FICÇÃO

DANIEL REZENDE, por Tropa de Elite

MELHOR SOM

LEANDRO LIMA, ALESSANDRO LAROCA E ARMANDO TORRES JR., por Tropa de Elite

MELHOR MONTAGEM DOCUMENTÁRIO

EDUARDO ESCOREL E LIVIA SERPA, por Santiago

MELHOR EFEITO ESPECIAL

PHIL NEILSON E BRUNO VAN ZEEBROECK, por Tropa de Elite

MELHOR TRILHA SONORA

CARTOLA – MÚSICA PARA OS OLHOS

MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO

A VIDA DOS OUTROS (Das Leben Der Anderen, ficção, Alemanha), dirigido por Florian Henckel Von Donnersmarck. Distribuição: Europa Filmes / MA Marcondes

MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO

WOOD & STOCK – SEXO, ORÉGANO E ROCK’N’ROLL, de Otto Guerra. Produção Otto Guerra por Otto Desenhos Animados

MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO

BEIJO DE SAL, de Fellipe Barbosa

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

A CIDADE E O POETA, de Luelane Corrêa

MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO

VIDA MARIA, de Márcio Ramos

MELHOR FILME DE CELULAR

Everton de Oliveira Lima e Jonathas Motta Ferreira – Putz!

PRÊMIO ESPECIAL DE PRESERVAÇÃO

CPCB – Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro

VOTO POPULAR

Melhor Longa-metragem Estrangeiro – PEQUENA MISS SUNSHINE

Melhor Longa-metragem Nacional – TROPA DE ELITE

PRÊMIO ESPECIAL ELENORA DE MARTINO

Renato Aragão

MELHOR LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS – de Marcelo Gomes. Prod: Sara Silveira e Maria Ionescu por Dezenove Som e Imagens e João Vieira Jr. por Rec Produtores Associados

LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

VINÍCIUS – de Miguel Faria Jr. Prod: Miguel Faria Jr. e Susana Moraes por 1001 Filmes

MELHOR DIREÇÃO

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS – MARCELO GOMES

MELHOR ATRIZ

CIDADE BAIXA – ALICE BRAGA como Karinna

MELHOR ATOR

DOIS FILHOS DE FRANCISCO – ÂNGELO ANTÔNIO como seu Francisco

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

DOIS FILHOS DE FRANCISCO – PALOMA DUARTE como Zilu

MELHOR ATOR COADJUVANTE

DOIS FILHOS DE FRANCISCO – JOSÉ DUMONT como Miranda

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS – MAURO PINHEIRO JR. A.B.C.

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

CASA DE AREIA – TULÉ PEAKE

MELHOR FIGURINO

CASA DE AREIA – CLÁUDIA KOPKE

MELHOR MAQUIAGEM

CASA DE AREIA – MARTIN MACÍAS TRUJILLO

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS – MARCELO GOMES, PAULO CALDAS e KARIM AÏNOUZ. Inspirado no roteiro de viagem de Ranulpho Gomes

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

CRIME DELICADO – MARÇAL AQUINO, MARCO RICCA, BETO BRANT, MAURÍCIO PARONI DE CASTRO e LUÍS F. CARVALHO FILHO, baseado em livro homônimo de Sérgio Sant’Anna

MELHOR MONTAGEM

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS – KAREN HARLEY

MELHOR SOM

DOIS FILHOS DE FRANCISCO – VALÉRIA FERRO, RENATO CALAÇA, ALESSANDRO LAROCA e ARMANDO TORRES JR.

MELHOR TRILHA SONORA

VINÍCIUS – LUIZ CLÁUDIO RAMOS

MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO

FÚRIA, de MARCELO LAFFITTE

MANUAL PARA ATROPELAR CACHORRO, de RAFAEL PRIMO

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

MAURO SHAMPOO – JOGADOR, CABELEIREIRO E HOMEM, de PAULO HENRIQUE FONTENELLE e LEONARDO CUNHA LIMA

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO

HISTORIETAS ASSOMBRADAS PARA CRIANÇAS MAL-CRIADAS, de VICTOR HUGO BORGES

MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO

JARDINEIRO FIEL, O (The Constant Gardener, ficÇÃo, Inglaterra) – Dirigido por FERNANDO MEIRELLES. Distribuição: UIP

“A velhice está na cabeça, no calendário. Eu acho uma glória chegar aos 90 anos. Pouquíssima gente os completa. Por que então eu os esconderia? Afinal, quem já tem mais de noventa ficar pechinchando dois ou três é dose…” Bom, isso dizia Dercy Gonçalves há 8 anos. Imagine o que ela dirá daqui a 2 anos quando completar seu centenário. Certamente mais um comentário bem humorado da filha ilustre da cidade fluminense de Santa Maria Madalena e personagem da história do cinema brasileiro.

Dercy, nascida Dolores, na verdade preferia usar o nome artístico de Darcy, mas temendo problemas com a esposa do presidente Getúlio Vargas que assim se chamava, mudou uma letra e iniciou sua carreira como cantora fazendo dupla com Eugênio Pascoal que conheceu em Conceição de Macabu, depois de ter fugido de casa. Com ele, fez turnê pelo interior de Minas Gerais e São Paulo. Mas foi em um número ao lado da dupla Jararaca e Ratinho que sua veia cômica ficou conhecida pelo público. Daí para as revistas de Walter Pinto e Jardel Jércolis e para o cinema foi apenas um caminho natural.

Ao lado de Ankito, Grande Othelo, Zé Trindade, Violeta Ferraz, Oscarito, Anselmo Duarte e José Lewgoy, Dercy estrelou Samba em Berlim, Caídos do Céu, Depois Eu Conto, Uma Certa Lucrécia, Cala a Boca, Etelvina, Dona Violante Miranda e Se Meu Dólar Falasse escrevendo a história de um gênero que marcou a popularização do cinema brasileiro: a chanchada. Pouco importava se a intelectualidade não via com bons olhos esse tipo de produção com seus personagens debochados e irônicos, qualidades que em Dercy se somavam ao obsceno na gestualidade e na fala. E isso já na década de 40, em uma mulher vinda do interior, mas despreocupada com a opinião alheia, pelo menos as moralistas, porque ao público ela agradava. Com ele havia identificação e apenas isso importava.

Revelava-se no comportamento debochado e autêntico, o talento de uma artista que criou um estilo de comédia tipicamente brasileira que aposta no improviso, no “caco” e na malícia para construir seus personagens. Personagens que em Dercy se confundem com a própria atriz, pois quem mais, sendo mãe a avó, desfilaria mostrando os seios em um carro alegórico na Avenida Marquês de Sapucaí, em pleno carnaval ao lado de modelos esculturais?  Bom, se não tivesse coragem, ela teria ficado em Santa Maria Madalena. Lá, desde cedo, Dercy escandalizava a população na bilheteria do cinema onde trabalhava por pintar o rosto como as atrizes dos filmes mudos. Ou então, por dançar para alegrar os hóspedes do Hotel dos Viajantes em troca de um prato de comida. Mas tanto talento precisava de mais do que isso. Precisava sair pelo mundo. Ainda bem! Dercy Gonçalves pode assim provocar deliciosas gargalhadas em quem a viu imitar Carmem Miranda coçando o corpo todo. Ou ironizar o caminhar manco de Orlando Silva e o Jeito dramático de Vicente Celestino.

Mesmo se autodenominado uma “dama marginal”, Dercy colecionou em seu currículo mais de 36 filmes, programas e novelas de televisão desde 1957 e deu, generosamente, à história artística do Brasil momentos de glória e brilho ao qual só temos que agradecer e reverenciar.