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Homenageado do GP 2013 – RUTH DE SOUZA

Pioneira. Talvez esta seja a palavra que mais se repita na biografia da atriz Ruth de Souza.  Primeira atriz negra a representar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1945. Pioneira da TV brasileira na qual atuou em programas de variedades e musicais. Pioneira no teatro na TV com a peça “O filho pródigo”. Pioneira, ao lado de Milton Gonçalves e Aída Lerner, na criação de uma família negra de classe média na novela “Mandala”, de Dias Gomes, em 1987. E por aí vai. Por caminhos inimagináveis pela menina nascida, na década de 20, no Engenho de Dentro, filha de um casal de um lavrador com uma lavadeira.

A paixão começou com o cinema. Fonte do desejo de se tornar atriz em um país onde os artistas eram, em sua grande maioria, brancos.  Mas o Teatro Experimental do Negro, criado por Abdias do Nascimento e Agnaldo Camargo, foi o ponto de partida para Ruth que a levou à estreia no Municipal em “O Imperador Jones”, de Eugene O´Neil.  Apenas três anos depois, ela ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Rockfeller para Howard University, exclusiva para negros, em Washington, partindo em seguida para a escola de teatro Karamu House, em Ohio. Pouco antes de partir, havia estreado no cinema, seara na qual estrelou mais de 30 filmes.

Com uma carreira que transita entre a tela grande e a tela pequena, Ruth de Souza ganhou popularidade através das novelas de TV e reconhecimento artístico através das produções para o cinema.  Em 1954, concorreu ao prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza pelo filme “Sinhá Moça”, de Tom Payne e, mais recentemente, foi premiada no Festival de Gramado, de 2004, pelo trabalho em “As filhas do vento”, de Joel Zito Araújo.

Carreira invejável que a menina Ruth não podia nem mesmo imaginar… Mas que soube, como ninguém, construir!