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Homenageado do GP 2003 – José Lewgoy

São incontáveis as histórias folclóricas que ligam o ator José Lewgoy ao cinema brasileiro. Por exemplo, em plena ditadura militar, foi ele quem levou escondida na bagagem, uma cópia de Terra em Transe para ser exibida no Festival de Cannes, em 1968. Caçula de oitos irmãos, filho de uma americana e de um russo, José Lewgoy nasceu no interiro do Rio Grande do Sul em 1920. Começou a carreira artística fazendo teatro com Tônia Carrero. Sua estreia no cinema foi nos filmes Quando a noite Acaba (1948), Perdida pela Paixão e Carnaval de Fogo (1949). Foi esse último que iniciou a famosa fase das chanchadas da Atlântida, marcada pelas atuações de Oscarito e Grande Otelo. Criador de vilões inesquecíveis e ícone do Cinema Novo, Lewgoy trabalhou em mais de cem filmes, entre eles Amei um bicheiro(1952), Matar ou correr (1954), Terra em Transe(1966), Roberto Carlos em ritmo de aventura(1967), O Gigante das Américas(1978), Tabu(1982) e a Hora Mágica (1999).

Participou também de produções estrangeiras como Fitzcarraldo, de Werner Hetzog e O Beijo da mulher aranha, de Hector Banbenco. Quando morou na França, trabalhou como o documentarista George Rougier. Fez também filmes como George Marshall e Louis Jourdan. Nos últimos anos, trabalhou em O Quatrilho, Policarpo Quaresma, Heróis do Brasil, Sonhos Tropicais,e Apolônio Brasil, campeão da Alegria .

O grande cinéfilo Lewgoy morreu em fevereiro deste ano, aos 82 anos, quando estava começando a preparar um documentário sobre sua própria vida. As gravações começariam em Veranópolis, sua cidade natal.