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Homenageado Especial do GP 2004 – Paulo José

Travestido de velha, Paulo José abre as pernas, deixando cair um bebê, verticalmente, de cabeça no chão.

Acocorado na terra, olhando para o que acabou de partir, o personagem não esconde o espanto: “O xente, que menino feio danado!”. O menino é Macunaíma, encarnado em sua versão negra por Grande Otelo, e em sua versão branca pelo próprio Paulo José. Foi um dos personagens mais marcantes do ator gaúcho, que já emprestou seu talento e versatilidade a mais de 40 filmes, desde sua estreia, em 1965, em O padre e a moça, em 1965, de joaquim Pedro de Andrade o mesmo diretor de Macunaíma.

Aos 10 anos, Paulo José ficou impressionadíssimo quando entrou pela primeira vez num teatro, no colégio dos padres salesianos de Bagé. Sentiu que aquele era seu lugar no mundo. Aos 18, abandonou o projeto de ser médico para mergulhar de vez na carreira de ator primeiro na capital gaúcha, depois no lendário Teatro de Arena, em São Paulo.

Foi o sucesso de Macunaíma que o conduziu à Rede Globo em 1970, onde atuou em mais de 30 trabalhos. Entre suas premiações, destacam-se três Candangos de Melhor Ator, no Festival de Brasília, por Todas as Mulheres do Mundo (1966), Edu Coração de Ouro (1967) e O Rei da Noite (1975); o troféu Oscarito, em 2000, em Gramado, e o Prêmio de Melhor Ator, por Benjamin, no Festival de Miami.