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Academia Brasileira de Cinema

MELHOR LONGA-METRAGEM DE FICÇÃO

Cazuza – O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck e Walter Carvalho. Produção: DANIEL FILHO por LEREBY PRODUÇÕES, GLOBO FILMES, CINELUZ PRODUÇÕES e COLUMBIA TRISTAR DO BRASIL

MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

O Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento. Produção: PAULO SACRAMENTO e GUSTAVO STEINBERG por OLHOS DE CÃO PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS

MELHOR DIREÇÃO

CLÁUDIO TORRES, por Redentor

MELHOR ATRIZ

FERNANDA MONTENEGRO como Regina, por O Outro Lado da Rua

MELHOR ATOR

DANIEL OLIVEIRA como Cazuza, por Cazuza – O Tempo Não Pára

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

LAURA CARDOSO como Leonor, por O Outro Lado da Rua

MELHOR ATOR COADJUVANTE

GERO CAMILO como Firmino, por Narradores de Javé

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

WALTER CARVALHO, ABC, por Cazuza – O Tempo Não Pára

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

TIZA DE OLIVEIRA, por Olga

MELHOR FIGURINO

PAULO LOIS, por Olga

MELHOR MAQUIAGEM

MARLENE MOURA, por Olga

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

LUIZ ALBERTO DE ABREU e ELIANE CAFFÉ, por Narradores de Javé

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

FERNANDO BONASSI e VICTOR NAVAS, por Cazuza – O Tempo Não Pára baseado no livro “Só as mães são felizes” de Lucinha Araújo

MELHOR MONTAGEM

SÉRGIO MEKLER, por Cazuza – O Tempo Não Pára

MELHOR SOM

ZEZÉ D’ ALICE, WALDIR XAVIER e RODRIGO NORONHA, por Cazuza – O Tempo Não Pára

MELHOR TRILHA SONORA

GUTO GRAÇA MELLO, por Cazuza – O Tempo Não Pára

MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO

A HISTÓRIA DA ETERNIDADE, de Camilo Cavalcante

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

DA JANELA DO MEU QUARTO, de Cao Guimarães

MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO

NAVE MÃE, de Otto Guerra e Fábio Zimbres

MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO

DOGVILLE (Dogville), dirigido por Lars Von Trier. Distribuição: Imovision

Travestido de velha, Paulo José abre as pernas, deixando cair um bebê, verticalmente, de cabeça no chão.

Acocorado na terra, olhando para o que acabou de partir, o personagem não esconde o espanto: “O xente, que menino feio danado!”. O menino é Macunaíma, encarnado em sua versão negra por Grande Otelo, e em sua versão branca pelo próprio Paulo José. Foi um dos personagens mais marcantes do ator gaúcho, que já emprestou seu talento e versatilidade a mais de 40 filmes, desde sua estreia, em 1965, em O padre e a moça, em 1965, de joaquim Pedro de Andrade o mesmo diretor de Macunaíma.

Aos 10 anos, Paulo José ficou impressionadíssimo quando entrou pela primeira vez num teatro, no colégio dos padres salesianos de Bagé. Sentiu que aquele era seu lugar no mundo. Aos 18, abandonou o projeto de ser médico para mergulhar de vez na carreira de ator primeiro na capital gaúcha, depois no lendário Teatro de Arena, em São Paulo.

Foi o sucesso de Macunaíma que o conduziu à Rede Globo em 1970, onde atuou em mais de 30 trabalhos. Entre suas premiações, destacam-se três Candangos de Melhor Ator, no Festival de Brasília, por Todas as Mulheres do Mundo (1966), Edu Coração de Ouro (1967) e O Rei da Noite (1975); o troféu Oscarito, em 2000, em Gramado, e o Prêmio de Melhor Ator, por Benjamin, no Festival de Miami.

Preguiçoso, manhoso, matreiro e mentiroso, desde pequeno Macunaíma não deixa de arranjar encrenca com os irmãos, principalmente com Jinguê, de quem sempre levava as esposas para “brincar”. Com a morte da mãe, os irmãos resolveram sair pelo mundo, que sempre se mostra mágico e cheio de personagens míticos. Frágil ante os perigos, salva-se por via do embuste, da mentira ou do absurdo, e pela entrega a jogos eróticos. Criado por Mário de Andrade em 1928, o “herói sem nenhum caráter” foi visto como síntese de um modo de ser brasileiro, luxurios, ávido, preguiçoso e sonhador, fundindo instinto e asfalto, primitivismo e modernismo. Em Macunaína, meio epopeia, meio novela picaresca, Mário empregou pela primeira vez fala brasileira nível culto consolidando as conquistas do Modernismo em esfera dos temas e do gosto artístico, e reelaborando literariamente temas de mitologia indígena e do folclore amazônico, fundando uma nova linguagem literária, saborosamente brasileira.

Em 1969, quando terminava a adaptação de Macunaíma para o cinema, com atuações memoráveis de Paulo José e Grande Otelo, o cineasta Joaquim Pedro de Andrade afirmava uma posição crítica frente ao Cinema Novo e ao público. Para ele, o compromisso do artista naquele momento de crise era a comunicação com a massa, levando em conta valores culturais, sociais e políticos. Macunaíma, o filme foi a realização e as sensibilidades populares e contribuir para um enraizamento definitivo do cinema como uma necessidade da cultura e da economia nacionais e estabelecer uma nova relação entre industria cultural e realização artística. Além disso, os cenário, figurinos e principalmente as cores de Macunaíma estabelecem uma nova sofisticação plástica num meio cinematográfico em que predominava os filmes em preto e branco

Nacionalista crítico, sem xenofobia, Macunaíma é a obra que melhor concretiza as propostas do movimento da Antropofagia, que buscava uma relação de igualdade real da cultura brasileira com as demais. Não a rejeição pura e simples do que vem de fora, mas consumir aquilo há de bom na arte estrangeira. Não evitá-la, mas como um antropófago, comer o que mereça ser comido. Segundo o próprio autor, Macunaíma representa “a aceitação sem timidez nem vanglória da entidade nacional” o Brasil como uma entidade homogênea, num só conceito étnico nacional e geográfico. Nesse sentido, o livro constitui uma fonte inexaurível de informações sobre línguas e lendas brasileiras, psicologia e biologia, folclore e História.

MELHOR LONGA–METRAGEM DE FICÇÃO
O HOMEM QUE COPIAVA, de Jorge Furtado. Produção: Luciana Tomasi e Nora Goulart por Casa de Cinema de Porto Alegre

MELHOR LONGA–METRAGEM DOCUMENTÁRIO
NELSON FREIRE, de João Moreira Salles. Produção: Maurício Andrade Ramos por VideoFilmes

MELHOR DIREÇÃO
HECTOR BABENCO, por Carandiru, e JORGE FURTADO, por O HOMEM QUE COPIAVA

MELHOR ATRIZ
DÉBORA FALABELLA como Paco, por DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA

MELHOR ATOR
SELTON MELLO como Leléu, por LISBELA E O PRISIONEIRO

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
LUANA PIOVANI como Marinês, por O HOMEM QUE COPIAVA

MELHOR ATOR COADJUVANTE
PEDRO CARDOSO como Cardoso, por O HOMEM QUE COPIAVA

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
WALTER CARVALHO (ABC), por AMARELO MANGA

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
ADRIAN COOPER e CHICO ANDRADE, por DESMUNDO

MELHOR FIGURINO
MARJORIE GUELLER, por DESMUNDO

MELHOR MAQUIAGEM
VAVÁ TORRES, por DESMUNDO

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
JORGE FURTADO, por O HOMEM QUE COPIAVA

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
VICTOR NAVAS, FERNANDO BONASSI e HECTOR BABENCO, por CARANDIRU (baseado no livro Estação Carandiru de Dráuzio Varella)

MELHOR MONTAGEM
GIBA ASSIS BRASIL, por O HOMEM QUE COPIAVA

MELHOR SOM
ALOYSIO COMPASSO, DENILSON CAMPOS e GABRIEL PINHEIRO, por NELSON FREIRE

MELHOR TRILHA SONORA
JOÃO FALCÃO e ANDRÉ MORAES, por LISBELA E O PRISIONEIRO

MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO
AS INVASÕES BÁRBARAS (Les Invasions Barbares, ficção, Canadá / França) – dirigido por Denys Arcand. Distribuição: Art Films

MELHOR CURTA–METRAGEM DE FICÇÃO
BALA PERDIDA, de Victor Lopes

MELHOR CURTA–METRAGEM DOCUMENTÁRIO
RUA DA ESCADINHA 162, de Márcio Câmara

MELHOR CURTA–METRAGEM DE ANIMAÇÃO
A MOÇA QUE DANÇOU DEPOIS DE MORTA, de Ítalo Cajueiro

Carlos Manga inovou a comédia nos cinema brasileiro e foi um dos grandes nomes da época das chanchadas.

Nascido em 1928, começou a ganhar a vida como bancário, mas a paixão pelo cinema o levou para a Atlântida, através do ator Cyll Farney, que integrava o primeiro time da companhia. Manga entrou como almoxarife, mas aos poucos foi aprendendo ofício e galgando posições. De contrarregra, passou a assistente de montagem e direção.

Em 1951, atuou como diretor musical em filmes da companhia, e logo em seguida estreou na direção, com o longa A Dupla do Barulho. Dominadas as técnicas, Manga passou a colocar novos elementos nas chanchadas, marcadas por esquetes irônicos e paródias de filmes e números musicais como artistas de sucesso no rário e no teatro de revista. Destacando-se pela enorme sensibilidade ao tratar os enredos, virtualmente iguais, de forma sempre interessante e original, Manga procurou explorar as situações do cotidiano e da política, vividas por Oscarito e Grande Otelo. Foram cerca de 21 filmes, em sua maioria comédias, de 1953 a 1962, entre eles Matar ou correr, Nem Sansão nem Dalila, Colégio de Brotos e O homem de Sputnik, que revelou o comediante Jô Soares. Nos anos 70 vivendo na Europa, Manga começou a trabalhar com Federico Fellini na produção de documentários. De volta ao país em 1974, dirigiu O marginal e Assim era a Atlântida, em que reuniu depoimentos e filmes que relembravam a época de ouro das chanchadas, época que encontra em Carlos Manga o seu maior diretor.

São incontáveis as histórias folclóricas que ligam o ator José Lewgoy ao cinema brasileiro. Por exemplo, em plena ditadura militar, foi ele quem levou escondida na bagagem, uma cópia de Terra em Transe para ser exibida no Festival de Cannes, em 1968. Caçula de oitos irmãos, filho de uma americana e de um russo, José Lewgoy nasceu no interiro do Rio Grande do Sul em 1920. Começou a carreira artística fazendo teatro com Tônia Carrero. Sua estreia no cinema foi nos filmes Quando a noite Acaba (1948), Perdida pela Paixão e Carnaval de Fogo (1949). Foi esse último que iniciou a famosa fase das chanchadas da Atlântida, marcada pelas atuações de Oscarito e Grande Otelo. Criador de vilões inesquecíveis e ícone do Cinema Novo, Lewgoy trabalhou em mais de cem filmes, entre eles Amei um bicheiro(1952), Matar ou correr (1954), Terra em Transe(1966), Roberto Carlos em ritmo de aventura(1967), O Gigante das Américas(1978), Tabu(1982) e a Hora Mágica (1999).

Participou também de produções estrangeiras como Fitzcarraldo, de Werner Hetzog e O Beijo da mulher aranha, de Hector Banbenco. Quando morou na França, trabalhou como o documentarista George Rougier. Fez também filmes como George Marshall e Louis Jourdan. Nos últimos anos, trabalhou em O Quatrilho, Policarpo Quaresma, Heróis do Brasil, Sonhos Tropicais,e Apolônio Brasil, campeão da Alegria .

O grande cinéfilo Lewgoy morreu em fevereiro deste ano, aos 82 anos, quando estava começando a preparar um documentário sobre sua própria vida. As gravações começariam em Veranópolis, sua cidade natal.

MELHOR LONGA–METRAGEM DE FICÇÃO

CIDADE DE DEUS, de Fernando Meirelles. Produção: Andrea Barata Ribeiro por O2 Filmes e Maurício Andrade Ramos por VideoFilmes

MELHOR LONGA–METRAGEM DOCUMENTÁRIO

JANELA DA ALMA, de João Jardim e Walter Carvalho. Produção: Flavio R. Tambellini por Ravina Filmes

MELHOR DIREÇÃO

FERNANDO MEIRELLES, por Cidade de Deus

MELHOR ATRIZ

MARCÉLIA CARTAXO, por Madame Satã

MELHOR ATOR

LÁZARO RAMOS, por Madame Satã

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

MARIANA XIMENES, por O Invasor

MELHOR ATOR COADJUVANTE

PAULO MIKLOS, por O Invasor

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

CESAR CHARLONE (ABC), por Cidade de Deus

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

MARCOS PEDROSO, por Madame Satã

MELHOR FIGURINO

RITA MURTINHO, por Madame Satã

MELHOR MAQUIAGEM

SONIA PENNA, por Madame Satã

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

JORGE FURTADO, por Houve Uma Vez Dois Verões

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

BRÁULIO MANTOVANI, por Cidade de Deus (baseado no livro Cidade de Deus, de Paulo Lins)

MELHOR MONTAGEM

DANIEL REZENDE, por Cidade de Deus

MELHOR SOM

GUILHERME AYROSA, PAULO RICARDO NUNES, ALESSANDRO LAROCA, ALEJANDRO QUEVEDO (Q.P.X.), CARLOS HONC, ROLAND THAI (M.P.S.E), RUDY PI e ADAM SAWELSON, por Cidade de Deus

MELHOR TRILHA SONORA

SABOTAGE, RICA AMABIS, TEJO e DANIEL GANJAMAN, por O Invasor

MELHOR LONGA-METRAGEM ESTRANGEIRO

FALE COM ELA (Hable com Ella,), dirigido por Pedro Almodóvar. Distribuição: Fox Film

MELHOR CURTA–METRAGEM DE FICÇÃO

MORTE, de José Roberto Torero.

MELHOR CURTA–METRAGEM DOCUMENTÁRIO

COMO SE MORRE NO CINEMA, de Luelane Loiola Corrêa.

MELHOR CURTA–METRAGEM DE ANIMAÇÃO

LASANHA ASSASSINA, A, de Alê McHaddo.

Exemplos não faltam, no Brasil e no exterior, de que o cinema e a televisão têm muito a ganhar quando afinam seus interesses e põem-se a trabalhar juntos. Para o cinema brasileiro, este é um horizonte há muito almejado, frequentemente discutido, mas quase sempre adiado. Por entender que a parceria entre o cinema e a TV é, mais que saudável, indispensável, a Academia Brasileira de Cinema decidiu prestar essa homenagem especial a quatro emissoras de televisão que vêm praticando nos últimos anos. A Globo filme, a Fundação Padre Anchieta / Radio e TV) e o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), em seus diferentes graus e distintas formas de se associar à produção cinematográfica, estão criando um lastro de experiência e credibilidade para os futuros e ainda mais efetivos diálogos.

O Grilo Feliz

O crescimento do cinema de animação brasileiro nos últimos anos tem em Walbercy Ribas uma bela fonte de isnpiração. Com mais de 40 anos de dedicação ao gênero, merecedor de prêmios nacionais e internacionais por seus filmes publicitários e colaborador da UNICEF na produção de curtas educativos em animação, Ribas lançou finalmente seu primeiro longa-metragem, O Grilo Feliz. O filme, produzido ao longo de mais de três anos, brindou as plateias infantis brasileiras com um nível de realização comparável aos melhores do mundo e uma mensagem de elogio dos bons propósitos, respeito à natureza e amor pelas coisas brasileiras. A luta do Grilo Feliz contra o Lagarto Meledeto, em defesa da Estrela Linda e da floresta onde vivem, foi assistida por quase 250.00 pessoas no cinema, provoque existe demanda pelo filme de animação brasileiro.